Carolina Deslandes
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Ser mulher aqui
É ser mulher de quem ?
Ter um papel assinado
Pra ser alguém
Ser decente,quem se apresenta à mãe
Mesmo que o filho não valha a mulher que tem

Ser mulher aqui
É ser submissa
Reza o terço, dizer sim e ir à missa
Não ter opinião, ser bonita
Ser tão nova quanto o estado e andar bem vestida

E eu que tenho a liberdade debaixo dos braços
Tenho brasas a arder debaixo dos pés
Pus uma pedra sobre o meu passado
E se o que eu sou ofende quem és

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Deixa-me abanar a cabeça
Põe mais vinho nesta mesa que eu quero esquecer
Quero ser o centro da festa, o assunto da conversa
Eu quero aparecer
Deixa-me abanar a cabeça
Põe mais vinho nesta mesa que eu faço um brinde
Quero ser dona da festa, tenho dois dedos de testa
Sou a voz e nem sou boa ouvinte

Foi deixada abandonada
É carente e mal amada
Está tão triste e tão sozinha
Pobrezinha

Sem apelido e sem marido
E de quem será o filho?
Está cansada, ela trabalha coitadinha
Coitadinha

Deixa-me abanar a cabeça
Põe mais vinho nesta mesa que eu quero esquecer
Quero ser o centro da festa, o assunto da conversa
Eu quero aparecer
Deixa-me abanar a cabeça
Põe mais vinho nesta mesa que eu faço um brinde
Quero ser dona da festa, tenho dois dedos de testa
Sou a voz e nem sou boa ouvinte

E eu que tenho a liberdade debaixo dos braços
Tenho brasas a arder debaixo dos pés
Pus uma pedra sobre o meu passado
E se o que eu sou ofende quem és

Deixa-me abanar a cabeça
Põe mais vinho nesta mesa que eu quero esquecer
Quero ser o centro da festa, o assunto da conversa
Eu quero aparecer
Deixa-me abanar a cabeça
Põe mais vinho nesta mesa que eu faço um brinde
Quero ser dona da festa, tenho dois dedos de testa
Sou a voz e nem sou boa ouvinte

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